segunda-feira, 7 de março de 2011

Não compete só ao governo dar as condições de mudança, a sociedade precisa participar

Ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Política para as Mulheres. Foto: Elza Fiúza/ABr-Arquivo

No mês do Dia Internacional da Mulher, comemorado amanhã (8/3), o Blog do Planalto traz uma série especial dedicada às brasileiras que ajudam a construir um país melhor. Para falar sobre as ações que o governo da presidenta Dilma Rousseff tem empenhado em prol da equidade de gêneros e da promoção dos direitos e proteção às mulheres, conversamos com a ministra-chefe da Secretaria de Política para as Mulheres, Iriny Lopes, que, em entrevista exclusiva, afirmou que não compete só ao governo dar as condições de mudança para a promoção dos direitos das mulheres; a luta deve ser contínua e com participação de toda a sociedade.

“A sociedade como um todo precisa participar disso. Os nossos companheiros, os homens de uma forma geral, as mulheres de uma forma geral, as famílias também deem condição de ascensão, deem apoio, sem medo, decidida e decisivamente às mulheres que querem participar da vida política”, frisou.

Iriny Lopes afirmou que a presidenta Dilma irá conduzir um governo “que está imbuído de atuar conjuntamente na intersetorialidade das políticas e dos programas para aprofundar os projetos que farão a igualdade das mulheres no mundo do trabalho, no mundo da educação, saúde e infraestrutura”.

“É uma oportunidade não só para as mulheres, é uma oportunidade para o conjunto da sociedade, para fazer uma sociedade diferente, igual, mais feliz, com mais possibilidades e oportunidades para todos e todas.”

Veja abaixo os principais trechos da entrevista:

Equidade de gênero

Ela [a presidenta Dilma Rousseff, enquanto ministra de Minas e Energia] constituiu o programa de equidade de gênero junto a empresas como a Eletronorte, Petrobras, entre outras, buscando fazer com que a participação das mulheres fosse equânime. Não só o acesso, mas também a igualdade de salário e a chegada aos postos de chefia e decisão das empresas. Hoje nós queremos ampliar para o mundo privado (…). Vamos conversar com as grandes federações, vamos envolver o empresariado brasileiro, buscando apoio e ampliação do projeto de equidade de gênero.

Infraestrutura de apoio à mulher

A presidenta Dilma cumprirá integralmente o seu compromisso de campanha com a construção das 6 mil creches. Já no mês de março inicia-se a criação de algumas creches.

São muitas as ações do governo federal, sob o comando da nossa presidenta. A construção de restaurantes populares, onde as famílias podem se alimentar, principalmente as famílias com a capacidade financeira menor, elas podem se alimentar com dignidade (…); os investimentos nas lavanderias comunitárias (…); a constituição de mais delegacias, para que as mulheres vítimas de violência possam apresentar as suas queixas, os núcleos de atendimento às mulheres, as casas abrigo (…); as praças do PAC, que irão contemplar a questão do gênero (…); investimentos na qualificação profissional das mulheres para que elas possam disputar o mercado de trabalho(…); e o governo ampliar os investimentos na área dos equipamentos sociais.

Educação

Na educação, nós pretendemos ampliar o número de professores na área de gênero e diversidade para que na escola a gente esteja formando uma nova geração, uma nova concepção de igualdade, de respeito, começando na escola um tratamento igual entre meninos e meninas, para que as novas gerações não reproduzam uma cultura atrasada de desigualdade.

Erradicação da extrema pobreza

A mulher terá muito destaque [no programa de erradicação da extrema pobreza] porque a população mais empobrecida do nosso país majoritariamente é de mulheres; entre as mulheres majoritariamente é de negras e acompanhando as mulheres pobres – negras ou brancas – estão os seus filhos, adolescentes e crianças. Combater miséria é fazer um conjunto de políticas articuladas que deem oportunidade a todos e todas, mas com o destaque da questão feminina.

Enfrentamento à violência

Nós estaremos trabalhando dentro PPA e do Orçamento para ampliar os recursos para instalação das nossas delegacias, dos nossos núcleos de atendimento a mulheres, das nossas casas abrigo, e isso, obviamente, em convênio com os governos dos estados e prefeituras. Assim como atuando mais politicamente junto às instâncias do Judiciário (…). Nós não podemos ter mais casos em que as mulheres denunciam, abrem o processo e elas morrem no meio assassinadas pelos seus agressores, que dividem com ela os seus lares.

Primeira presidenta mulher

É a primeira oportunidade que nós mulheres brasileiras temos de ter uma presidenta, e isso faz uma diferença e vai aprofundar o legado positivo que o presidente Lula nos deixou. Então a presidenta Dilma vai conduzir um governo que está imbuído de atuar conjuntamente na intersetorialidade das políticas e dos programas para que a gente possa aprofundar os projetos que farão a igualdade das mulheres no mundo do trabalho, no mundo da educação, saúde e infraestrutura.

Nós temos que ver como um momento de oportunidades a eleição da presidenta Dilma, para que as políticas para as mulheres sejam aprofundadas, para que homens e mulheres enxerguem que as mulheres – e se convençam definitivamente – que as mulheres podem sim, têm competência sim, têm capacidade sim (…). É uma oportunidade não só para as mulheres, é uma oportunidade para o conjunto da sociedade, para fazer uma sociedade diferente, igual, mais feliz, com mais possibilidades e oportunidades para todos e todas.

Reforma política

A reforma política que está em curso no Legislativo brasileiro, no nosso Congresso Nacional, deve contemplar mecanismos que garantam uma condição de igualdade entre homens e mulheres na disputa de espaços de poder. E que essa reforma política venha no sentido de fortalecer a presença das mulheres, porque a democracia brasileira não estará completa enquanto as mulheres estiverem sub-representadas tanto no Executivo quanto no Legislativo.

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