terça-feira, 29 de março de 2011

O Grande Exemplo de José de Alencar permanecerá entre nós

                           

VALEU ZÉ!

Não podemos negar que José Alencar foi um vitorioso na vida. Ele saiu de Muriaé, no interior de Minas e, por 8 anos foi o segundo homem mais poderoso do Brasil. Tinha uma estrela que brilhava diferente e que não se importava em ser coadjuvante de Lula, o melhor presidente do Brasil. E fez esse trabalho muito bem.

Poderíamos escrever laudas e laudas sobre o empresário, sobre o político. Poderíamos destacar a sua luta contra o câncer que durou 13 anos e o submeteu a 20 cirurgias. E ele foi firme! Poderíamos destacar a sua simplicidade, sua mineiridade ou um sem número de qualidades que, certamente, ele trouxe consigo durante esses 79 anos.

Mas vão os homens e ficam os mitos. Que José Alencar seja lembrado por sua batalha pela vida, por ser aquele homem que não desiste e que vai até o fim. O homem que construiu impérios empresariais, que comandou importantes entidades de classe, que foi um político articulado mas que, sobretudo, trabalhou para fazer esse país melhor e mais justo.

Muito obrigado!

Equipe MobilizaçãoBR
RedeCCom

sábado, 26 de março de 2011

Uma hora sem luz no Brasil e no mundo

Sábado, 26 de março de 2011 às 10:03




Arcos da Lapa, no Rio, ficará as escuras na noite deste sábado duranção ação Hora do Planeta, que ocorre em diversos países. Foto: Embratur/Divulgação

Neste sábado (26/03), parte do mundo apagará as luzes em solidariedade ao planeta. Durante 60 minutos, empresas, governos e comunidades de 4.616 cidades em 128 países do globo terrestre ficarão no escuro para chamar a atenção de todos para o processo do aquecimento global. A ministra do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira, informou ontem (25/3) que participará da campanha a “Hora do Planeta” que ocorrerá das 20h30 às 21h30 na praça em frente aos Arcos da Lapa, um dos pontos turísticos do Rio de Janeiro.

O evento é realizado, anualmente, desde 2007 pela ONG (Organização Não-Governamental) WWF. Na ação ocorrida em ano passado, vários monumentos mundiais como a Torre Eiffel, o Cristo Redentor, as pirâmides do Egito e a Acrópole de Atenas ficaram às escuras num movimento em benefício do planeta.

Este ano, vários representantes brasileiros já apoiam o mobilização internacional, como o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, considerado o primeiro tribunal do país a participar do projeto.

Na cidade de Salvador as luzes serão desligadas no Palácio Thomé de Souza, no Elevador Lacerda, nas estátuas dos Orixás no Dique do Tororó, na Praça Castro Alves, na estátua do Cristo e no Farol da Barra.

Já em Brasília, governo federal, Câmara Legislativa do DF e Frente Parlamentar na capital brasileira já se comprometeram a participar do projeto e alguns monumentos importantes da cidade ficarão no escuro na noite deste sábado como o Palácio do Buriti e Anexo, o Memorial JK, o Teatro Nacional, a Catedral, o Museu do Índio, o Complexo Cultural da República e a Ponte JK.

Várias outras cidades brasileiras também participarão do movimento como Aracaju, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Natal, Palmas, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, São Paulo, Teresina, Vitória, dentre outras.

No mês da mulher, homenagem a cineastas brasileiras no Palácio da Alvorada

Presidenta Dilma Rousseff posa para foto com cineastas antes de sessão de cinema no Palácio da Alvorada. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidenta Dilma Rousseff fez questão de convidar um grupo de cineastas brasileiras para assistir ao filme “É proibido fumar”, de Anna Muylaert, no cinema do Palácio da Alvorada. Após a exibição do longa-metragem, será servido um jantar que marca a série de atividades preparadas pela presidenta Dilma para comemorar o Dia Internacional da Mulher, ocorrido em 8 de março.

Anna Muylaert, que desembarcou na tarde desta sexta-feira (25/3), no Aeroporto Juscelino Kubitschek, para participar da recepção, contou em entrevista exclusiva ao Blog do Planalto sobre suas expectativas em relação à mulher e o fato de termos, pela primeira vez na história, uma presidenta no comando da nação.

“É até generoso da parte dela [da presidenta Dilma Rousseff] colocar as cineastas mulheres em evidência, de destacar essa classificação. Estamos todas muito felizes”, disse Anna.
Presidenta Dilma Rousseff acompanhada da cineasta Anna Muylaert, diretora do Filme É Proibido Fumar, (a sua esquerda), da atriz Glória Pires e sua filha Antônia. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Além de Anna Muylaert, a recepção no Palácio da Alvorada conta com participação – segundo lista de confirmação – de Ana Carolina Soares, Ana Luiza Azevedo, Ana Maria Magalhães, Betse de Paula, Bia Lessa, Carla Camurati, Daniela Thomas, Eliana Fonseca, Eliane Caffé, Flávia Moraes, Georgia Guerra-Peixe, Izabel Jaguaribe, Katia Lund, Lina Chamie, Lô Politi, Lucélia Santos, Lúcia Murat, Maria Mathilde Mourão, Mariana Caltabiano, Marina Person, Monique Gardenberg, Patrícia Pilar, Rosane Svartman, Sandra Werneck, Suzana Amaral, Tetê Moraes e Tizuka Yamasaki. Compareceram, ainda, a protagonista do filme É proibido fumar, Glória Pires, e sua filha Antônia.

‘É Proibido Fumar’ será exibido em sessão de cinema no Palácio da Alvorada

Cineasta Anna Muylaert, diretora do filme E Proibido Fumar. Foto: Rafael Alencar/PR

Nessa sexta-feira (25/3), a presidenta Dilma Rousseff participa de mais uma ação de homenagem ao mês da mulher: logo mais, no Palácio da Alvorada, Dilma assistirá ao filme ‘É Proibido Fumar’, escrito e dirigido por Anna Muylaert, em sessão de cinema com cineastas brasileiras.

Anna Muylaert – que desembarcou em Brasília (DF) hoje à tarde especialmente para a ocasião – afirmou que o cenário cinematográfico atual está muito mais positivo para a participação das mulheres.

“Da retomada para cá a participação da mulher vem crescendo, chegou um ponto até que ela pareceu maior que a do homem, logo no começo. O filma da Carla Camurati, Carlota Joaquina, marca a retomada. Num nível não só de diretoras, mas no nível técnico -- a maioria dos produtores são mulheres, hoje temos montadoras, e agora também muitas diretoras de fotografia”, disse.

Anna Muylaert afirmou ainda que é muito importante para o país, não apenas para o setor da cultura, ter uma mulher presidenta da República, “não só pelo fato de a mulher se ver representada lá, mas também para os homens, porque o que hoje é novidade, no futuro deverá ser normal”.

Sobre o filme que será exibido durante a sessão com a presidenta, Muylaert explicou que ‘É Proibido Fumar’ nasceu de uma necessidade sua de falar como as mulheres já alcançaram progresso e sucesso, igualdade profissional e financeira, “mas que muitas vezes no nível emocional têm ainda sonhos quase do século passado, se mantêm subservientes”.

“Tinha muita vontade de falar da dificuldade das relações; de como superar, quebrar, furar as paredes da relação”, frisou Anna.

Biografia -- Anna Luiza Muylaert nasceu no dia 21 de abril de 1964, em São Paulo. Estudou cinema na Escola de Comunicação e Artes da USP e hoje é roteirista e diretora de cinema e de televisão. No inicio de carreira, fez crítica de cinema para a revistas e jornais e trabalhou como repórter nos programas TV Mix da TV Gazeta e Matéria Prima, de Serginho Groissman. No cinema, Anna dirigiu ainda os filmes ‘Durval em Discos (2002)’ e ‘O Brasil em Curtas 13 -- Cinema e Comédia’ (1991). Como roteirista, atuou em ‘Quanto dura o amor?’ (2009) e ‘O ano em que meus pais saíram de férias’ (2006).

Filme – Rodado em seis semanas em São Paulo, e fruto de um processo de desenvolvimento de roteiro que tomou seis anos, ‘É Proibido Fumar’ tira partido do encontro inédito de Glória Pires, uma das atrizes brasileiras mais experimentadas pelo cinema e a TV, e Paulo Miklos, que começou sua carreira no cinema com uma premiada performance em O Invasor (2002), de Beto Brandt, e fez Boleiros ) e Estômago (2007).

O filme conta a história de Baby (Glória Pires), que vive sozinha no apartamento que herdou da mãe. Ela dá aulas de violão para alguns alunos e vive em atrito com as irmãs. Quando o músico Max (Paulo Miklos) se muda para o apartamento vizinho, Baby vê nele a grande chance de voltar à vida, mas para que o romance dê certo ela está disposta a enfrentar qualquer ameaça, inclusive seu vício compulsivo por fumar. À época do lançamento, Glória Pires explicou que o filme trata das grandes dificuldades da vida moderna.

“Às vezes, quanto mais perto das pessoas a gente está, mais difícil fica o contato. É a vida na metrópole, onde os espaços são delimitados, e os sentimentos têm que caber em determinadas situações”, disse a atriz, que também interpretou a mãe do ex-presidente Lula, dona Lindu, no filme ‘Lula, o Filho do Brasil’.

O 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro consagrou ‘É Proibido Fumar’. O filme levou oito troféus Candangos para casa, entre eles o de melhor filme, melhor roteiro, melhor atriz e melhor ator e ainda o prêmio especial da crítica. A película levou também seis troféus da 5ª edição do Prêmio Contigo! de Cinema Nacional, além de melhor diretor e melhor atriz pela Associação Paulista dos Críticos de Arte, entre outras premiações e indicações.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Conselho Político e termos de compromissos para construção de creches do PAC 2

A agenda de trabalho da presidenta Dilma Rousseff prevê para esta quinta-feira (23/3) despacho interno no gabinete presidencial, seguido pela cerimônia de assinatura de termos de compromisso para construção de 718 creches do PAC 2 em 419 municípios e de entrega de novas unidades do ProInfância, no Salão Nobre.

À tarde, haverá encontro do Conselho Político, na sala Reunião Suprema do Palácio do Planalto.

A presidenta Dilma concede ainda audiência o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na sala de reuniões.

quarta-feira, 23 de março de 2011

‘Mulheres, Artistas e Brasileiras’ é dedicada aos que querem ver a arte exposta

Presidenta Dilma homenageou dona Izabel, bonequeira do Vale do Jequitinhonha (MG). Foto: Roberto Stuckert Filho/PT

Uma mostra em homenagem às mulheres, mas dedicada “a todos aqueles que querem ver a arte exposta e não trancada entre quatro paredes”. Foi assim que a presidenta Dilma Rousseff definiu a exposição ‘Mulheres, Artistas e Brasileiras’, aberta nessa quarta-feira (23/3), no Salão Oeste do Palácio do Planalto, com a presença de artistas, ministros de Estado e outras autoridades.

Em seu discurso, a presidenta Dilma ressaltou o Abaporu, de Tarsila do Amaral, obra que definiu como “maravilha que tem simbologia especial aos brasileiros”. Na ocasião, a presidenta agradeceu ao colecionador argentino Eduardo Costantini, proprietário do quadro, que emprestou o Abapuru à mostra.

“[O Abapuru] tem uma simbologia especial a nós brasileiros – a todos aqueles que querem ver a arte exposta e não trancada entre quatro paredes. Um especial agradecimento ao Costantini por garantir que nós brasileiros possamos ver essa obra que considero muito importante”, afirmou.

Dilma Rousseff agradeceu, ainda, a todas as artistas e familiares e às instituições como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Ibram por cederem obras de seus acervos. A presidenta prestou especial homenagem à bonequeira Izabel Mendes, do Vale do Jequitinhonha, que representa na mostra a arte popular.

“Duvido que tenha bonequeiras tão capazes como as mineiras (…). Essa exposição também evidencia a arte popular, através de uma mostra das nossas bonequeiras”, frisou.

A presidenta terminou seu discurso convidando todos a “desfrutarem” a exposição, que homenageia “todas as mulheres brasileiras, por meio das artistas que foram fantásticas, merecedoras de terem suas obras expostas em todo o mundo”.

Presidenta Dilma Rousseff, Tarsila do Amaral, sobrinha-neta da pintora, e o presidente do Museu de Arte latino-americano de Buenos Aires, Eduardo F Costantini, participam da cerimônia de abertura da exposição Mulheres, Artistas e Brasileiras. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Emoção -- Dona Izabel Mendes, de 86 anos, foi convidada especial da presidenta Dilma Rousseff. Aos sete anos de idade, Izabel começou a produzir bonecas de barro “por brincadeira” e disse ao Blog do Planalto que brinca e se diverte com as bonecas até hoje. Pioneira da arte que, para sua cidade natal, Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, tornou-se fonte de renda e alternativa para sair da pobreza, dona Izabel se disse muito emocionada com a homenagem.

Ao receber o caloroso abraço da presidenta, dona Izabel disse: “Meus parabéns, que você é uma estrela que brilha e ilumina todo o Brasil”. Em resposta, ela ouviu da presidenta que “estrela é você, exemplo de força e que merece toda essa homenagem”. Nesse momento, as lágrimas vieram, comentou Izabel.

Veja abaixo nota da presidenta Dilma por ocasião da exposição ‘Mulheres, Artistas e Brasileiras’:

No mês em que se comemora o “Dia Internacional da Mulher”, o governo federal promove, em colaboração com a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), esta inédita mostra da arte do século XX com obras de renomadas pintoras e escultoras brasileiras, muitas das quais tiveram de lutar para serem reconhecidas pelo seu real talento.

Além de representar importante marco pela sua temática, a mostra “Mulheres, Artistas e Brasileiras” reúne obras dos mais diversos acervos públicos, entre os quais do Banco Central do Brasil, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e de museus subordinados ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e ao governo do Distrito Federal.

A apresentação desse rico e abrangente conjunto de obras modernas e contemporâneas confere visibilidade ao talento e à criatividade da mulher brasileira. A exposição valoriza o fato de que, desde os primeiros passos do modernismo à mais avançada arte contemporânea, não se pode falar de arte brasileira sem que tenham de ser mencionados os nomes de talentosíssimas mulheres.

O Palácio do Planalto abre suas portas para que o público tenha acesso a uma exposição que revela, de modo original e emblemático, um acervo pouco conhecido, que confirma a extraordinária contribuição das mulheres para a cultura deste País.

Dilma Rousseff

Presidenta da República Federativa do Brasil

‘Mulheres, Artistas e Brasileiras’ , Uma mostra em homenagem às mulheres, mas dedicada “a todos aqueles que querem ver a arte exposta e não trancada entre quatro paredes”.

sábado, 19 de março de 2011

Popularidade de Dilma iguala-se a de Lula em início de governo, revela pesquisa Datafolha

Pesquisa Datafolha mostra que a presidente Dilma Rousseff é aprovada por 47% dos brasileiros, segundo pesquisa que será publicada na edição deste domingo do jornal Folha de São Paulo.

Com essa taxa de popularidade, Dilma iguala-se ao recorde registrado por Luiz Inácio Lula da Silva nesta mesma época no segundo mandato do antecessor da atual ocupante do Palácio do Planalto.

Ou seja, Dilma com seus 47% hoje se iguala tecnicamente com os 48% de Lula em 2007, já que a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Lula teve 43% de aprovação no terceiro mês de seu primeiro mandato, em março de 2003. Depois, bateu um recorde de aprovação presidencial em início de governo, em março de 2007, atingindo a marca de 48%.

Segundo o Datafolha, Dilma supera em popularidade todos os antecessores de Lula, quando se considera esta fase inicial do mandato.

O instituto faz pesquisas nacionais desde 1990. Em junho daquele ano (a posse então era em março), Fernando Collor tinha 36% de aprovação. Itamar Franco, que assumiu depois do processo de impeachment de Collor, marcou 34% depois de três meses no cargo. Fernando Henrique Cardoso, eleito em 1994 e reeleito em 1998, teve aprovação no início de seus governos de 39% e 21%, respectivamente.

Na pesquisa divulgada hoje, o Datafolha registra 7% que consideram a gestão de Dilma "ruim" ou "péssima". Outros 34% a classificam como "regular". Há também 12% que não souberam opinar.

O instituto entrevistou 3.767 pessoas em 179 municípios nos dias 15 e 16 deste mês.

Dilma recebe Obama no Alvorada e celebram parceria Brasil - Estados Unidos

Presidenta Dilma Rousseff recebe, no Palácio da Alvorada, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR




Após quase 10 horas em solo candango, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a primeira-dama Michelle se despediram de Brasília num coquetel oferecido pela presidenta Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada. Neste sábado, o casal Obama participou de cerimônia no Palácio do Planalto, seguido de almoço oferecido no Palácio Itamaraty – sede do Ministério das Relações Exteriores.

Num comunicado conjunto, divulgado pela chancelaria brasileira, os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos firmaram série de compromissos. No Itamaraty, Dilma e Obama participaram do encerramento do VI Fórum de CEOs Brasil-EUA. Antes do coquetel no Alvorada, o presidente americano compareceu a seminário promovido pela CNI no Centro de Convenções Brasil 21.

De Brasília, Barack Obama seguiu para o Rio de Janeiro onde tem compromisso na capital fluminense. Na segunda-feira, Obama visitará o Chile e termina o périplo pela América Latina em El Salvador.

No Palácio da Alvorada, casal Obama - com as filhas Malia e Sasha - se despede da presidenta Dilma Rousseff. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Um brinde ao sonho de brasileiros e americanos. Sonho de liberdade e esperança

Ao receber o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a primeira-dama Michelle para almoço no Palácio Itamaraty – sede do Ministério das Relações Exteriores, a presidenta Dilma Rousseff propôs um brinde “sonho de Martin Luther King, o mesmo sonho de brasileiros e americanos”. No discursos, a presidenta Dilma abordou questões como a participação do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas e da necessidade do crescimento do comércio bilateral.

“Espero que Vossa Excelência e sua família levem de Brasília e do Rio de Janeiro as melhores recordações deste país amigo. Os Estados Unidos e o Brasil são duas grandes nações com um futuro de amizade e cooperação à sua frente. Queremos construí-lo. Com esse espírito, proponho que ergamos um brinde ao sonho de Martin Luther King, o mesmo sonho de brasileiros e americanos. Sonho de Liberdade. Sonho de Esperança. E, presidente Obama, gostaria de acrescentar: Sonho de Harmonia e de Paz!”

Antes do almoço, Dilma e Obama participaram do encerramento do VI Fórum de CEOs Brasil-Estados Unidos. Da Sala Rui Barbosa, onde aconteceu o encontro, os dois presidentes rumaram para a Sala Brasília, onde foi feita a homenagem.

“Em nome do povo brasileiro, quero reiterar as boas-vindas ao presidente Barack Obama. Esta visita é uma grande oportunidade para inaugurarmos mais um capítulo de nossa parceria, adequando-a às realidades e desafios do século XXI. É motivo de grande honra para mim que esse encontro ocorra nos primeiros meses do meu governo e, mais ainda, no contexto da primeira viagem oficial do presidente Obama à América do Sul. A presença, entre nós, de Michelle Obama, Malia e Sasha e de importante comitiva com autoridades do primeiro escalão, políticos e empresários, reforça o espírito de amizade com que nos reunimos.”

A presidenta destacou pontos abordados na manhã deste sábado no Palácio do Planalto, quando destacou o fato de ser a primeira mulher a comandar o Brasil e receber em Brasília o primeiro presidente afro-descendente dos Estados Unidos. “Isso ganha maior significado quando lembramos que os Estados Unidos e o Brasil são os dois países com a maior população negra fora da África”, disse. E seguiu: “nossos países possuem inúmeros traços comuns. Aprofundar as afinidades entre nossos povos, torna os laços de amizade que nos unem mais significativos e duradouros do que uma relação baseada apenas em pactos formais entre governos”.

No brinde a presidenta lembrou da solidez da economia brasileira, bem como o fato de o país contar, desde 2002, com milhões de cidadãos integrando as faixas de renda média e alta. Dilma destacou como sendo um fato histórico e que por isso “estou comprometida a continuar nessa direção buscando também a erradicação da pobreza extrema no Brasil”.

No discurso, o presidente Obama agradeceu a presidenta Dilma e reforçou o interesse dos Estados Unidos em ajudar o Brasil em quaisquer circunstâncias. Ao término do brinde, o almoço foi servido, sendo que o presidente Obama, pelo fato de ser vegetariano, teve um cardápio especial. De Brasília, o presidente Barack Obama embarca no início da noite para o Rio de Janeiro.

Um mundo mais multilateral produzirá benefícios à paz e à harmonia entre os povos

Presidenta Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante declaração à imprensa. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Na declaração à imprensa, por ocasião da visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a presidenta Dilma Rousseff reforçou a importância da reforma da governança do Banco Mundial e do FMI, bem como na ampliação do Conselho de Segurança da ONU. Segundo a presidenta Dilma, há uma preocupação com relação à lentidão deste processo.

“Aqui, sr. presidente, não nos move o interesse menor da ocupação burocrática de espaços de representação. O que nos mobiliza é a certeza que um mundo mais multilateral produzirá benefícios para a paz e a harmonia entre os povos.”

A presidenta iniciou o pronunciamento informando que a visita de Obama ao Brasil “me enche de alegria, desperta os melhores sentimentos do nosso povo e honra a histórica relação entre o Brasil e os Estados Unidos”. Segundo ela, a visita “carrega também um forte valor simbólico”.

Os povos de nossos países ergueram as duas maiores democracias das Américas. Ousaram também levar aos seus mais altos postos um afrodescendente e uma mulher, demonstrando que o alicerce da democracia permite o rompimento das maiores barreiras para a construção de sociedades mais generosas e harmônicas.

Ainda no pronunciamento, Dilma destacou que dos nove chefes de Estado americanos que estiveram no Brasil, Obama é o presidente que encontra o país “em momento mais vibrante”. A presidenta lembrou também que sucede o presidente Lula “um homem do povo, com quem tive a honra de trabalhar. Seu legado mais nobre foi trazer à cena política e social milhões de homens e mulheres que viviam à margem dos mais elementares direitos da cidadania”.

“Todo este esforço criou milhões de empregos e dinamizou regiões inteiras antes marginalizadas do processo econômico. Permitiu ao Brasil superar com êxito a mais profunda crise econômica da história recente, mantendo até os dias atuais níveis recordes de geração de postos de trabalho.”

Porém, lembrou que o Brasil ainda tem enormes desafios e que neste momento se concentra nas tarefas necessárias para aperfeiçoar nosso processo de crescimento e garantir um longo período de prosperidade para o povo brasileiro. Ela disse também que seu compromisso “é com a construção de uma sociedade de renda média, assegurando oportunidades educacionais e profissionais para os trabalhadores e para a nossa imensa juventude”. E continuou: “Garantindo também o ambiente institucional que impulsione o empreendedorismo e favoreça o investimento produtivo”.

Ainda no discurso, Dilma disse que enxergava as melhores oportunidades para o avanço das relações entre os países. “Acompanho com atenção e a melhor expectativa seus enormes esforços para recuperar a vitalidade da economia norte-americana”, enfatizou.

“Compreendemos o contexto do esforço empreendido por seu governo para a retomada da economia. Porém todos sabem que medidas de grande vulto provocam mudanças importantes nas relações entre as moedas de todo o mundo. Este processo desgasta as boas práticas econômicas e empurra países para ações protecionistas e defensivas de toda natureza.”

E seguiu: “Somos um país que se esforça por sair de anos de baixo desenvolvimento, por isto buscamos relações comerciais mais justas e equilibradas. Para nós é fundamental que sejam rompidas as barreiras que se erguem contra nossos produtos – etanol, carne bovina, algodão, suco de laranja, aviões, por exemplo. Para nós é fundamental que se alarguem as parcerias tecnológicas e educacionais, portadoras de futuro.”

Em seguida, o presidente Obama informou que apoia a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a presença do Brasil nos organismos multilaterais. Segundo Obama, tanto é assim que se instituiu o G-20 a principal instância de decisão. O presidente americano destacou ainda o interesse de seu governo em adquirir petróleo brasileiro e nas fontes de energia renovável. Na conversa, ainda, Obama elogiou o empenho da presidenta na melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro.
Obama encerou o pronunciamento oficial à imprensa comentando sobre a crise na Líbia. Segundo ele, “se não ocorrer o cessar-fogo” a coligação que tem participação dos Estados Unidos vai intervir “de alguma forma”.

Dilma e Obama visitam exposição “Mulheres, Artistas e Brasileiras”

Presidenta Dilma Rousseff e casal Obama posam ao lado do quadra Abaporu, de Tarsila do Amaral, na exposição Mulheres, artistas e brasileiras. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR


A convite da presidenta Dilma Rousseff, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está visitando a exposição “Mulheres, Artistas e Brasileiras”, no Salão Oeste do Palácio do Planalto.
A obra Abaporu, de Tarsila do Amaral, é a peça de maior destaque desta exposição. A mostra estará aberta ao público de 23 de março a 5 de maio, das 10h às 16h, inclusive sábados e domingos. É a primeira vez que uma exposição aberta ao público é montada no segundo andar do Palácio do Palácio do Planalto. Outras exposições já foram realizadas no primeiro andar, mas a exceção se deu devido às condições climáticas necessárias para abrigar o Abaporu.

Fazem parte ainda da exposição obras selecionadas das principais pintoras e escultoras brasileiras do século XX, como Anita Malfatti, Djanira, Maria Leontina, Tomie Otake, Maria Martins, Carmela Gross, Leda Catunda, Beatriz Milhazes, Regina Silveira, Fayga Ostrower, Lygia Pape, Rosangela Rennó, Mary Vieira, Anna Bela Geiger, Yolanda Mohalyi, Maria Bonomi, Lygia Clark, entre outras.

Em seguida, Dilma Rousseff e Barack Obama farão apresentação de ministros e secretários do Brasil e dos Estados Unidos. Depois, os dois presidentes seguem para o terceiro andar do Planalto onde serão saudados por cerca 90 alunos Escola Classe 5 do Guará e terão reunião reservada.

A busca da ampliação da parceria Brasil-Estados Unidos

Os carros que serão utilizados pela comitiva de Barack Obama foram enviados pela Casa Branca para Brasília. Foto: Antonio Cruz/ABr

A presidenta Dilma Rousseff recebe, neste sábado (19/3), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disposta a aperfeiçoar parceria Brasil-Estados Unidos. De acordo com agenda da visita oficial, o presidente Obama deve chegar cerca de 10h no início da Praça Três Poderes proveniente da Base Aérea de Brasília. Após desembarcar do carro oficial, o líder americano passará em revista as tropas que estarão perfiladas em frente ao Palácio do Planalto.

Do pé da rampa que leva ao segundo andar do Palácio do Planalto, Obama será conduzido pelo cerimonial da Presidência de República e assessores da Casa Branca – sede do governo dos Estados Unidos. No alto, Obama recebe os cumprimentos da presidenta Dilma e se desloca ao interior do palácio para as fotografias de praxe.

Em seguida, um encontro reservado que deve durar cerca de uma hora. Após o encontro, Dilma e Obama se deslocam para o Salão Leste onde ocorrerão cerimônia de assinaturas de atos e declaração à imprensa. Neste ponto da visita, os dois presidentes colocarão suas posições sobre temas de interesse comuns. Com isso, encerra-se a primeira etapa da vista oficial ao Brasil.

A segunda etapa da visita acontece no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. Lá, Obama e Dilma participam do encerramento dos VI Fórum de CEOs (Chief Executive Officer) Brasil-Estados Unidos. O encontro para avaliar oportunidades nos dois países conta com a participação de 10 executivos brasileiros e oito americanos.

Ato contínuo, os presidentes se deslocam para o Salão Brasília onde será servido o almoço. A agenda prevê discursos de brinde do líder americano e da presidenta brasileira.

No início da noite, a presidenta Dilma oferece um coquetel que marca a despedida do presidente americano no Palácio Alvorada. Após o último compromisso, Obama segue para a Base Aérea onde embarca para o Rio de Janeiro.

Prioridades – em função da vinda de Obama ao Brasil, o governo americano elencou uma série de prioridades na relação bilateral. Destaques para as áreas de educação e juventude; inclusão social; investimentos e comércio exterior; energia e meio ambiente; ciência e tecnologia; democracia e direitos humanos, além de paz e segurança.

De acordo com a Embaixada dos Estados Unidos, o encontro dos dois presidentes será uma oportunidade para os países se aprofundarem na questão energética, com foco nas perspectivas sobre mudanças climáticas e eficiência energética, o sistema financeiro global e mercados e democracia.

A delegação americana será ainda integrada, entre outras autoridades, pelo conselheiro de Segurança Nacional, Thomas Donilon; pelo secretário do Tesouro, Timothy Geithner; pela secretária de Meio Ambiente, Lisa Jackson; pelo secretário de Comércio, Gary Locke; pelo representante de Comércio Exterior, Ron Kirk; pelo chefe de Gabinete da Casa Branca, William Dalley; pelo vice-diretor do Conselho de Segurança Econômica, Michael Froman; e pelo presidente do Eximbank, Fred Hochberg.

Os Estados Unidos são o maior investidor estrangeiro no Brasil, o segundo maior importador de produtos brasileiros e o segundo maior parceiro comercial do país, com fluxo de mais de US$ 46 bilhões em 2010. Entre 2009 e 2010, as exportações brasileiras para aquele mercado registraram aumento de 26,21%, passando de US$ 15,6 bilhões para US$ 19,3 bilhões. O mercado brasileiro, por sua vez, vem aumentando sua importância para os EUA, havendo-se tornado o 8º destino das exportações americanas.

Encontro histórico nas Américas: Primeira Mulher Presidenta da República Federativa do Brasil recebe o Primeiro Presidente Negro dos Estados Unidos da América

quinta-feira, 17 de março de 2011

ARCA DAS LETRAS É DESTAQUE NO GLOBO RURAL

Arca das Letras leva livros para comunidades e faz sucesso no CE

Programa é do Governo Federal e existe há 8 anos. Objetivo é levar leitura aos moradores da zona rural, onde uma biblioteca é algo raro.

Do Globo Rural

O programa Arca das Letras, que leva livros para comunidades distantes das bibliotecas, faz sucesso no norte do Ceará. As famílias de agricultores estão encantadas com a oportunidade de leitura.

Mulheres e homens voluntários na divulgação do saber. Em uma sala, agricultores do município de Itapipoca, na região norte do Ceará, vieram conhecer mais sobre a caixinha vermelha. É uma Arca das Letras que vai ser instalada na comunidade deles.

O programa Arca das Letras é do Governo Federal e existe há 8 anos. O objetivo é levar através de uma caixa recheada de livros, a leitura e outras atividades educacionais aos moradores da zona rural, onde uma biblioteca é algo raro. Oito mil comunidades da agricultura familiar em todo o Brasil já foram beneficiadas.

O ceará é o segundo estado em número de arcas, com 807. “Um dos resultados mais comemorados é o aumento considerável no número de leitores que leram 30 livros por ano, sendo que a média nacional é de apenas dois”, explica Cleide Soares, coordenadora Nacional do Programa Arca das Letras.

Os livros, de vários temas, são doados pelo Governo Federal. Eles são organizados nas prateleiras de acordo com as áreas. Depois que os monitores são capacitados sobre o projeto, as arcas seguem para onde eles moram. Uma novinha está chegando na localidade de campo grande. Na frente da casa é colocada a indicação de que lá tem livro para todos e de graça.

Agora a Arca vai ficar permanente na casa do agricultor Francisco Rodrigues que se ofereceu para receber a pequena biblioteca. É só organizar a criançada para todo mundo exercitar a leitura.

Os livros despertam o interesse de todos. Dos mais pequenininhos aos mais velhos.

O mais curioso é saber que Francisco nem sabe ler e mesmo assim reconhece a importância do conhecimento para a melhoria de vida. “Para mim é uma satisfação muito grande porque a comunidade não precisa de deslocar. Estou muito orgulhoso de receber a biblioteca aqui em minha casa”.

No Ceará, a estante de livros é feita pelos presos do Instituto Penal Professor Olavo Oliveira, em Itaitinga. Eles têm a pena reduzida e ganham bolsas de trabalho do governo.

Abaporu chega ao Palácio do Planalto para exposição ‘Mulheres, Artistas e Brasileiras’

Quinta-feira, 17 de março de 2011 às 14:12


Abaporu, de Tarsila do Amaral - óleo sobre tela, 1928. Foto: Divulgação

O famoso quadro de Tarsila do Amaral, Abaporu, chegou na noite de ontem (16/3) ao Palácio do Planalto, para a exposição Mulheres, Artistas e Brasileiras, idealizada pela presidenta Dilma Rousseff em homenagem ao Mês da Mulher. A obra, da coleção particular do argentino Eduardo Costantini, estava exposta no Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires (Malba) e veio ao Brasil sob forte esquema de segurança. O quadro chegou sob escolta policial e será a única obra exposta em espaço coberto com vidro antirreflexo.

Escolta para garantir a segurança do Abaporu, em chegada ao Palácio do Planalto. Foto: Fabio Rodriges Pozzebom/Abr

A própria presidenta Dilma fez questão da presença do Abaporu na mostra, que estará aberta ao público de 23 de março a 5 de maio, das 10h às 16h, inclusive sábados e domingos, no Salão Oeste. É a primeira vez que uma exposição aberta ao público é montada no segundo andar do Palácio do Palácio do Planalto. Outras exposições já foram realizadas no primeiro andar, mas a exceção se deu devido às condições climáticas necessárias para abrigar o Abaporu.

Farão parte ainda da exposição obras selecionadas das principais pintoras e escultoras brasileiras do século XX, como Anita Malfatti, Djanira, Maria Leontina, Tomie Otake, Maria Martins, Carmela Gross, Leda Catunda, Beatriz Milhazes, Regina Silveira, Fayga Ostrower, Lygia Pape, Rosangela Rennó, Mary Vieira, Anna Bela Geiger, Yolanda Mohalyi, Maria Bonomi, Lygia Clark, entre outras.

A presidenta Dilma fez ainda outro pedido especial: a exposição de bonecas de artistas populares da região do Vale do Jequitinhonha (MG). Serão oito bonecas de barro, de 24 a 30 cm, esculpidas por artistas da região norte de Minas Gerais. As bonecas trazem temáticas como maternidade e amamentação, além de uma noiva. As peças devem chegar ainda hoje ao Planalto.

Abapuru – Símbolo representativo da pintura modernista brasileira, a obra foi pintada em óleo sobre tela em 1928. O nome Abaporu significa, em Tupi, “homem que come gente”, uma referência à proposta modernista de “deglutir” a cultura estrangeira, fazendo uma releitura com base na realidade brasileira.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dilma com Hebe

Entrevista exclusiva concedida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, ao programa Hebe, da apresentadora Hebe Camargo, na Rede TV!


Palácio da Alvorada, 15 de março de 2011


Hebe: Gente, vocês não vão acreditar: estou aqui no Palácio da Alvorada. Agora, será que ela vai me receber? É um grande sonho. Vamos ver. Din-don! Ah! Ai! Oh, meu Deus, é verdade!



Presidenta: Muito prazer em te receber.



Hebe: Me belisca...



Presidenta: Não vou te beliscar.



Hebe: ...para ver se é verdade! Gente, vocês não têm ideia. Todo mundo pensa que apresentador de televisão tem uma vidinha gostosa, tranquila. Não é nada disso. Eu, hoje, com 60 anos de carreira – carreira –, eu estou vivendo um momento que eu ainda não caí na real. Eu não sei se eu estou aqui em Brasília, no Palácio da Alvorada, que é esta maravilha que a gente está mostrando para vocês! Gente, privilégio de entrevistar a primeira mulher a assumir a Presidência da República. Eu estou inteirinha arrepiada, porque as emoções me arrepiam, e eu estou profundamente emocionada. Estou vendo uma mulher diferente daquela que eu via. É uma mulher que, pode não parecer, mas ela tem uma doçura no jeitinho de olhar e de falar, que até você pode dizer: “Ah, a Hebe está louca”. Porque, não sei, eu sou uma pessoa muito sincera. Eu não via essa doçura, essa coisinha boa. Tanto que eu estou aqui, eu olhei e disse: meu Deus, como você é linda! Uma pele maravilhosa, um sorriso delicioso, e o olhar, o olhar é bárbaro! Estou falando com a nossa presidenta Dilma Rousseff, que é uma honra, uma honra que eu não sei como explicar.



Presidenta: A honra é minha, Hebe, porque falar com você também é uma coisa que emociona, porque você é a nossa representante mulher na TV brasileira. Então, por isso, também para mim é um momento de emoção. Agora, eu fico muito feliz que você tenha ficado emocionada.



Hebe: Muito.



Presidenta: E também muito agradecida, porque acho importante mostrar para as pessoas este Palácio que é delas, porque, na verdade, o Palácio da Alvorada representa...



Hebe: O povo.



Presidenta: ...o povo brasileiro, a nação brasileira.



Hebe: Isso. E eu soube de uma notícia bonitinha hoje, que agora está aberto para que as pessoas possam visitar.



Presidenta: É verdade.



Hebe: Então, têm vindo caravanas, não é?



Presidenta: Vem, vem tanto...



Hebe: Isso é bárbaro!



Presidenta: Principalmente, é interessante porque vêm também estudantes.



Hebe: Isso!



Presidenta: Jovens estudantes, meninos e meninas, que vêm aqui...



Hebe: Isso é histórico, não é?



Presidenta: É histórico, é um, vamos dizer, um símbolo do que é, eu acho, o espírito do povo brasileiro, que é um espírito moderno mas, ao mesmo tempo, muito simples, porque este Palácio, se você olhar, ele é um palácio bonito, mas ele é simples, ele é tranquilo. Então, é por isso que eu te falo que eu estou muito feliz (incompreensível).



Hebe: Você sabe o que é interessante, porque eu, em 1955, eu tive um programa que chamava “O mundo é das mulheres”. Só que nós, mulheres, naquela época, não tínhamos essa chance de...



Presidenta: O mundo não era nosso.



Hebe: Não, absolutamente não. E a gente levava um homem, para a gente querer provar para eles que o mundo era nosso. Só que a gente não conseguia nunca porque a mulher não tinha, realmente, oportunidade. E hoje eu estou aqui entrevistando a primeira mulher presidente. Isso não é uma coisa maravilhosa, Dilma?



Presidenta: Olha, eu acho que é, sim, porque nós somos metade, um pouco mais da metade da população brasileira...



Hebe: É.



Presidenta: ...e seria justo que nós tivéssemos uma representação equivalente a essa nossa participação, não é? Mas eu sempre acredito numa coisa: nós somos a metade da população brasileira, mas a outra metade são nossos filhos. Então, na verdade, nós temos essa capacidade de representar...



Hebe: Que maravilha!



Presidenta: ...as mulheres e também as crianças, os jovens, não é?



Hebe: Como é que você está se sentindo, assim, no Palácio, morar num palácio?



Presidenta: Olha, morar no Palácio não é muito bom.



Hebe: Não é gostoso, não é?



Presidenta: Não. Não, porque o Palácio não foi feito para as pessoas morarem, não é? Eu acho que foi feito para visitarem. Mas, pela representação, eu tenho de morar aqui. Mas sempre que eu posso, eu fujo lá para o Torto porque o Torto é uma casa...



Hebe: Já é mais...



Presidenta: ...antiga, meio...



Hebe: Meio torta.



Presidenta: ...mais velha, meio torta, de fazenda, mais aconchegante, mais gente.



Hebe: Agora, me conta uma coisa que eu tenho muita curiosidade: ser presidente, presidenta, não modifica completamente a sua vida? Você perdeu completamente a liberdade. Você, por exemplo, você não pode sair daqui de Brasília e ir visitar a sua filha lá no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, ver sua neta, não é?



Presidenta: Netinho.



Hebe: Netinho, ver seu netinho, porque se você for para lá, vai um monte de seguranças, vai um monte de jornalistas. Você chega lá, tem um monte de jornalistas. Quer dizer, você perdeu a privacidade. Como é que é isso para você?



Presidenta: Olha, não é, de fato, uma coisa boa você perder a possibilidade de você andar na rua, de você entrar numa padaria, de você tomar um cafezinho, de comprar um livro ou olhar uma roupa. Mas tem suas compensações. Por quê? Porque eu acho que é um período, não é? Isso é da democracia. Nós estamos... Eu sou... Eu não sou... Eu não nasci presidente da República, não é? Eu estou presidente nesse período e tenho de desempenhar da minha melhor maneira possível, porque é uma grande honra, afinal de contas...



Hebe: Nossa!



Presidenta: ...ser presidente de um país como o Brasil.



Hebe: Que vem crescendo...



Presidenta: E que é o seu país, onde você aprendeu a andar, a falar, a viver. E chegar a ser presidente da República é uma coisa muito importante.



Hebe: Claro, claro.



Presidenta: E aí, Hebe, tem uma coisa, das meninas, que eu acho importante. Uma vez eu estava, na campanha eleitoral, num aeroporto e aproximou-se de mim um casal que tinha uma filha de uns sete, oito... seis, sete, oito anos. A mãe virou para mim e disse: “Você podia falar com a minha filha?”. Eu falei: olha, com todo prazer. “Porque a minha filha quer fazer uma pergunta para você.” Eu falei: então, faça. Como é que ela se chama? “Vitória.” Eu falei: Vitória, o que é que você quer me perguntar? Ela falou para mim assim: “Eu quero saber se mulher pode” – bem seriazinha – “se mulher pode”. Eu falei: se mulher pode o quê, Vitória? “Ela falou: “Ser presidente?”. Eu falei: olha, mulher pode, agora. E aí eu lembrei...



Hebe: Ah, que bárbaro!



Presidenta: ...de uma coisa, Hebe: sempre me perguntam se eu queria... quando eu era pequena, se eu queria ser presidente.



Hebe: Nunca passou isso na sua cabeça?



Presidenta: Não, não passou pela minha cabeça.



Hebe: Como é que você entrou...



Presidenta: Eu queria ser bailarina.



Hebe: Ah, mentira!



Presidenta: Eu queria ser bailarina, depois eu quis ser do Corpo de Bombeiros. Criança quer ser aquilo que ela acha...



Hebe: Que ela admira.



Presidenta: ...mais bonito e admira, não é?



Hebe: E como é que você entrou para a política?



Presidenta: E hoje as meninas podem ser presidenta.



Hebe: Podem!



Presidenta: É isso que eu acho que também significa... a minha condição de presidente também significa que eu tenho...



Hebe: Provou que é possível.



Presidenta: ...que fazer o melhor governo possível para provar que eu vou honrar as mulheres, as meninas e o sonho dos brasileiros. Mas também...



Hebe: Como é que você entrou para a política...



Presidenta: Olha, eu entrei para a política, eu tinha...



Hebe: ...se você queria ser bailarina e bombeiro?



Presidenta: Hebe, mas aí, bailarina e bombeiro, eu queria ser com uns quatro, cinco anos. Depois eu fui evoluindo na vida. Eu entrei na política, Hebe, no Colégio Estadual de Minas Gerais, porque eu saí do colégio de freiras...



Hebe: Em Belo Horizonte?



Presidenta: Em Belo Horizonte.



Hebe: Ai, que lindo!



Presidenta: Eu saí do colégio de freiras... estudei no Sion até a quarta série ginasial. Era assim que se chamava o final...



Hebe: Quarta série.



Presidenta: É, quarta série.



Hebe: É.



Presidenta: E eu fui fazer o Clássico – porque se fazia Científico ou Clássico –, eu fui fazer no Colégio Estadual. E lá no Colégio Estadual eu entrei para a política.



Hebe: Ah, jura?



Presidenta: É. Sabe o que era naquela época?



Hebe: Mas, então, foi muito cedo.



Presidenta: Foi, eu devia ter uns 16 anos.



Hebe: Nossa!



Presidenta: Naquela época o Brasil vivia...



Hebe: Que coisa incrível!



Presidenta: ...um momento de muita, vamos dizer assim, turbulência. Então, a minha geração foi uma geração que se motivou para achar... nós queríamos mudar o mundo.



Hebe: Olha, com 16 anos!



Presidenta: Então, eu entrei com 16 anos para a política.



Hebe: Então tinha que ser... com 16 anos!



Presidenta: É.



Hebe: Você veio caminhando como deve ser, não é? Ninguém pode ser presidente da noite para o dia.



Presidenta: Eu não fui...



Hebe: Tem... vai caminhando, caminhando...



Presidenta: É verdade.



Hebe: ...até chegar.



Presidenta: Eu nunca fui nem vereadora, nem...



Hebe: Governadora.



Presidenta: ...governadora, nem deputada, mas eu tive a minha vida ligada ao serviço público, não é? Eu fui secretária de Fazenda de Porto Alegre. Eu desconfio que eu fui a primeira secretária de Fazenda de capital, porque foi em [19]86...



Hebe: Você nasceu em Minas.



Presidenta: Eu nasci em Minas e depois...



Hebe: E foi morar em Porto Alegre.



Presidenta: ...eu fui morar no Rio Grande do Sul.



Hebe: Por que você foi morar para lá?



Presidenta: Olha, eu fui morar para lá...



Hebe: Conheceu alguém?



Presidenta: Conheci alguém, porque meu marido, meu ex-marido é gaúcho...



Hebe: É gaúcho.



Presidenta: ...então, eu fui morar lá.



Hebe: Ah!



Presidenta: Logo depois que eu saí da prisão, eu fui para Porto Alegre. Eu fiquei...



Hebe: Saiu da prisão?



Presidenta: Eu fiquei na prisão de [19]70... [19]71 e [19]72. Eu fui presa política no Brasil.



Hebe: Gente do céu!



Presidenta: É. Ali em São Paulo. Ali em São Paulo, eu sempre passo ali pela Avenida Tiradentes e olho, tem um portal que eles derrubaram. Não sei se você se lembra, tinha um presídio, tinha...



Hebe: Sim, sim, tinha.



Presidenta: Foi derrubado para fazer a estação do metrô. Hoje é uma estação do metrô. Até tem um portal bonito, que é o portal antigo do presídio.



Hebe: Gente, pensa um pouco nessa coisa maravilhosa da sua vida! Dezesseis anos, começou a se envolver com política. Depois, muito tempo depois, presa política.



Presidenta: É, não muito, não é? Com uns 19, 20 anos. Eu nunca faço o cálculo direito da idade.



Hebe: É melhor, é melhor não, é melhor não fazer. E, de repente, presidente da República. Isso é uma trajetória... Você já pensou em escrever um livro? Tem que escrever!



Presidenta: Atualmente eu estou “vivendo” o livro.



Hebe: Como é que você dá conta, meu amor? A que horas que você tem que se levantar todos os dias?



Presidenta: Olha, eu, geralmente, chego lá no Palácio entre 9h e 9h30. Aí eu saio do Palácio entre nove [21h] e nove e meia [21h30]... às dez horas da noite [22h], às vezes.



Hebe: Para?



Presidenta: Aí... eu não almoço fora, eu almoço no Palácio mesmo.



Hebe: Certo.



Presidenta: Então, eu tenho uma agenda corrida de quase doze horas.



Hebe: Minha mãe! E quando você...



Presidenta: Já foi pior, Hebe.



Hebe: Já foi pior?



Presidenta: Foi pior.



Hebe: Jura?



Presidenta: Já.



Hebe: Mas eu fico imaginando...



Presidenta: Mas no governo você trabalha... você tem de trabalhar muito.



Hebe: Não, eu fico pensando se você, quando se deita, você não desliga. Você deve ficar pensando assim: amanhã eu vou tomar tal atitude quanto à coisa... Porque é você que determina e eles têm que cumprir, não é?



Presidenta: É, mas...



Hebe: Na minha opinião...



Presidenta: ...eu trabalho também muito com equipe. Meio como você, aqui você tem uma equipe.



Hebe: Exato, é verdade.



Presidenta: Essa equipe te ajuda a colocar as coisas... a colocar o programa no ar. A mesma coisa comigo. Eu tenho uma equipe, que são os ministros e os assessores dos ministros, que ajuda a gente a fazer as coisas acontecerem no governo, porque o que é difícil fazer, no governo, é fazer acontecer. Por exemplo, o meu programa mais importante, ele diz respeito às mulheres também: é o Programa de Erradicação da Pobreza. Porque, Hebe, este país...



Hebe: Ah, nem me fale, nem me fale!



Presidenta: ...este país pode ser um país rico, mas ele, para ser um país rico... Nós estamos crescendo muito hoje, nós somos um país respeitado no mundo inteiro, nós tiramos quase 27 milhões de brasileiros da pobreza, mas ainda tem muita gente na pobreza. E para o Brasil ser um país rico, ele tem de ser um país sem miséria.



Hebe: Eu acho também, é verdade. Dói o coração da gente quando a gente vê aquelas pessoas que não têm nada e nunca tiveram.



Presidenta: E nós vamos tirar as pessoas da pobreza...



Hebe: Ai, que maravilha!



Presidenta: ...com duas coisas: com renda, portanto, com trabalho. As pessoas têm direito de ter seu trabalho para manterem sua vida. Quando elas não têm a possibilidade de trabalhar por algum motivo, a gente tem de ter um programa social, como o Bolsa Família. Mas tem uma coisa, que eu acho que é a forma mais importante de a gente tirar as pessoas da pobreza: educação.



Hebe: Ai, é verdade.



Presidenta: Educação.



Hebe: Isso! Olha, saúde...



Presidenta: Porque creche...



Hebe: ...saúde e educação.



Presidenta: Saúde e educação.



Hebe: Eu acho que são as duas coisas... não é?



Presidenta: E saúde a gente sabe como é importante, que é outra questão que eu me comprometi a melhorar...



Hebe: Aliás, posso falar com você?



Presidenta: ...a saúde brasileira.



Hebe: Posso falar com você?



Presidenta: À vontade, neste programa.



Hebe: Você lançou um programa que eu amei, o negócio do remédio para hipertensão e diabetes.



Presidenta: Diabetes.



Hebe: Gratuito nas farmácias, em todo o Brasil, porque as pessoas não têm dinheiro, são caros os remédios.



Presidenta: E são duas doenças que a pessoa...



Hebe: Exato!



Presidenta: ...pode viver bem...



Hebe: Exato!



Presidenta: ...se ela se medicar.



Hebe: Exato! Eu achei bárbara essa campanha. Quer dizer, de cara, você já “pim-pum-pim-pá”. Isso é que é maravilhoso! Não tem que esperar muito tempo...



Presidenta: “Pim-pum-pim-pá”, eu gostei muito.



Hebe: Gostou? Eu achei bárbaro, eu achei bárbaro!



Presidenta: Agora eu vou falar assim, vou falar assim também. Agora é para vocês fazerem assim, ó: “pim-pum-pim-pá”. Porque, na verdade, eu acho que isso mostra... é assim que a gente tem de fazer.



Hebe: Isso é importante, é importante. Não pode ficar uma coisa... ah, lançou, mas...



Presidenta: Enrolando, não é?



Hebe: ...só daqui a... Não, tem que ser “pá-pim-pum”. Agora, me diga uma coisa. Você está tão chique com essa roupinha azul bonita, um tom de azul gostoso. Você se preocupa, por exemplo, quando você vai sair “Ai, que roupa eu vou por”, e de repente você põe, chega num lugar, não tem nada a ver com o momento...



Presidenta: Isso acontece nas melhores famílias, não é?



Hebe: A gente chega e...



Presidenta: Acontece.



Hebe: “Ih, não era isso.” Já aconteceu, não?



Presidenta: É... Eu te digo o seguinte, Hebe. A gente tem de ter a roupa mais fácil possível...



Hebe: Isso.



Presidenta: ...sabe por quê? Porque muitas vezes, se você tiver uma roupa... por exemplo, eu uso muito calça comprida porque é mais fácil para subir e para descer. Mas se você estiver com uma roupa que seja simples e que seja, assim, sóbria, você vai estar bem em qualquer lugar.



Hebe: É verdade.



Presidenta: É óbvio que se eu estiver numa festa, eu não posso ir de calça comprida, não é?



Hebe: Depende.



Presidenta: Mas você olha que...



Hebe: Depende, põe uns brilhinhos...



Presidenta: É, põe uns brilhinhos e pode. É só botar um brilhinho. As mulheres, elas estão usando muito essa roupa mais casual, não é? Então, eu não tenho tido muito problema, não. Eu me visto rápido e saio.



Hebe: E o que você acha que é indispensável, você como presidenta?



Presidenta: Ah, eu gosto muito do preto.



Hebe: Ah, é?



Presidenta: É.



Hebe: Porque o preto é chique, não é?



Presidenta: É, e é simples, não é?



Hebe: É.



Presidenta: Você bota uma roupa preta, um vestido...



Hebe: Isso! Bota um colarzinho de pérolas...



Presidenta: ...e foi.



Hebe: ...e tal, está bem, está... Você é vaidosa?



Presidenta: Eu sou vaidosa? Eu acho que eu sou, mas, assim, eu sou mais distraída, uma pessoa distraída com... Tem horas que eu me distraio.



Hebe: Jura?



Presidenta: É, eu me distraio.



Hebe: Não passa isso para a gente, não.



Presidenta: Vou te explicar em que eu me distraio. Eu sou capaz de botar um brinco e esquecer do outro. Mas depois eu acabo botando o outro.



Hebe: Você sabe que hoje em dia as mulheres estão usando umas bolsas imensas. Até você falou que a minha era pequena. Mas foi... pequena... foi coincidência, foi para combinar com o sapato. O que você acha, por exemplo, que as bolsas das mulheres são um absurdo. O que você acha indispensável na bolsa, quando você sai?



Presidenta: Olha, a bolsa, você põe tanta coisa, não é?



Hebe: Eu não ponho muito, não.



Presidenta: Eu ponho, eu ponho... eu tenho de ter óculos porque eu troco de óculos...



Hebe: Para ler eu também preciso de óculos.



Presidenta: ...eu tiro lente de contato, boto lente de contato. Então, tem meus óculos, batom e um pozinho.



Hebe: Batom é imprescindível, não é?



Presidenta: É.



Hebe: Eu também acho.



Presidenta: Agora, eu tenho muito papel em bolsa, não é?



Hebe: Ah, eu imagino.



Presidenta: Eu carrego papel, carrego...



Hebe: E coisas que te dão, papelzinho que você vai... dá um papelzinho, vai ver é uma cartinha.



Presidenta: É, muito. Tem o resumo, tem... ih, eu tenho muito papel.



Hebe: Eu estava vendo este penteado seu, está tão bonitinho. É o Kamura, não é?



Presidenta: É o Kamura.



Hebe: Kamura. Você... Nós duas tivemos um sério problema...



Presidenta: É verdade.



Hebe: ...e as pessoas acharam... tinham medo da quimioterapia porque cai todo o cabelo, cai tudo, não é? E acharam... eu dei uma foto minha careca, que saiu na Veja. E todo mundo disse: “Meu Deus, a Hebe saiu careca na revista!”. Mas eu fiz de propósito, para mostrar para as pessoas...



Presidenta: Que não tem nenhum mal.



Hebe: Cabelo nasce de novo.



Presidenta: Não, até um dia me perguntaram o que eu achava quando eu fiquei careca. Você sabe, eu não sei se você achou... se você sentiu isso, eu achei uma certa... quando a gente toma banho e a água bate...



Hebe: E o cabelo começa a cair...



Presidenta: Não, não, e saiu já. O meu cabelo já tinha caído. Eu gostava muito de tomar banho, porque mulher tem aquele negócio do cabelo, não é?



Hebe: É, é.



Presidenta: Você nunca pode ficar molhando o cabelo. E a partir dali, eu tive uma grande vantagem, uma compensação.



Hebe: Maravilha!



Presidenta: Eu molhava a minha cabeça todos os dias, lavava ela bem lavada e...



Hebe: Eu também, caiu tudo, caiu tudo.



Presidenta: Caiu o meu também.



Hebe: É engraçado, mas eu achei que não.



Presidenta: O meu caiu todinho.



Hebe: O meu também.



Presidenta: Eu usei peruca.



Hebe: Eu também. Nossa!



Presidenta: Já não aguentava mais a peruca.



Hebe: É, a gente acaba cansando, não é? Engraçado.



Presidenta: Tanto é que o meu, quando eu tirei, ele era mínimo.



Hebe: E agora está tão bonitinho. E voltou mais forte também?



Presidenta: Voltou mais forte. Você estava me dizendo que o seu também, não é?



Hebe: O meu voltou forte e uma quantidade...



Presidenta: Agora, sabe, Hebe, eu acho que as pessoas têm de saber que o câncer é uma doença completamente dominada hoje, que se as pessoas tratarem, se as pessoas forem ao médico e fizerem seu diagnóstico...



Hebe: Porque quando pega no começo...



Presidenta: ...precoce...



Hebe: ...tem a possibilidade da cura.



Presidenta: Da cura.



Hebe: Agora, se vai... “Não vou ao médico, não faço exame...”, aí, minha filha, quando chega...



Presidenta: E a mulher, principalmente, tem de cuidar do câncer de mama.



Hebe: É verdade.



Presidenta: A mulher tem de fazer isso. E o homem, o de próstata.



Hebe: E agora... É verdade. Coitados dos homens, não?



Presidenta: Eles também têm de se cuidar nisso, não?



Hebe: É, claro. Eles têm medo e vergonha. Não tem que ter vergonha numa hora dessas, não é? Tem que...



Presidenta: Não.



Hebe: Tem que se cuidar.



Presidenta: Tem de enfrentar, não é?



Hebe: Claro. Escute, agora você está absolutamente curada.



Presidenta: Estou, Hebe, estou e... obviamente eu tenho...



Hebe: Cuidados.



Presidenta: ...eu tenho de tomar cuidados. Exemplo: a gente tem sempre de fazer exames...



Hebe: Certo.



Presidenta: Você vai, cada vez, fazendo com uma distância maior. Agora, eu me sinto hoje muito bem, recuperei, assim, integralmente. Agora, eu faço muita ginástica, acho que todo mundo devia fazer, e fazer também caminhada. Você tem de cuidar da saúde...



Hebe: Eu não faço ginástica.



Presidenta: Ah, mas é bom fazer.



Hebe: E também caminhada, eu não gosto.



Presidenta: Não, Hebe?



Hebe: Não. Você está mandando, eu vou fazer.



Presidenta: Mas... ! Pode saber que tem...



Hebe: Escute, você tem algum santo, assim, da sua predileção?



Presidenta: Olha, eu gosto muito de Nossa Senhora Aparecida.



Hebe: Ai, ela é bárbara. Ela é minha companheira.



Presidenta: É a nossa, não é?



Hebe: É, é verdade.



Presidenta: É a do Brasil.



Hebe: Eu sou amiga das duas: da Aparecida e de Fátima.



Presidenta: Você também é de Fátima?



Hebe: Sou, eu já fui várias vezes à Fátima, e elas me ajudaram muito também. Elas iam comigo para o hospital, elas estão aqui comigo em Brasília. Eu adoro, eu tenho uma fé, assim, inabalável. Eu tenho pena de quem não tem fé, não acredita em Deus, porque Deus é um só em qualquer religião, não é?



Presidenta: Tem uma frase bonita do João Guimarães Rosa, que disse: “Deus existe mesmo quando não se acredita nele”.



Hebe: Olha, que maravilha! Escute, eu estava vendo aqui o seu... embaixo do seu relógio tem um...



Presidenta: Tem.



Hebe: Isso aqui, para que é? É para tirar...



Presidenta: É o seguinte: eu tenho uma amiga que é casada com o governador da Bahia, a Fátima. E a Fátima, ela sempre me deu...



Hebe: Um olhinho.



Presidenta: ...o olhinho, uma proteção lá da Bahia, dos orixás. E este olhinho, eu achei ele muito...



Hebe: Uma teteia.



Presidenta: ...muito bonitinho, e também é um olho grego.



Hebe: Não, você já imaginou o que deve ter de olho gordo, agora, em cima de você?



Presidenta: Mas eu acho, assim, que este aqui é um olho magro...



Hebe: Aliás, deixa eu te falar uma coisa.



Presidenta: ...não é um olho gordo.



Hebe: Deixa eu te mostrar uma coisa que eu trouxe. Não é presente, é uma brincadeirinha. Mas foi uma coincidência também. Veja!



Presidenta: Deixa eu ver o que é.



Hebe: Pode rir, viu?



Presidenta: Posso?



Hebe: Pode rir.



Presidenta: Ah, que legal. Você trouxe para mim um olho.



Hebe: Olha a coincidência! Um olho, para tirar... porque eu disse: nossa, deve ter tanto olho gordo em cima dela, inclusive dos homens, não é?



Presidenta: Olha só!



Hebe: Porque os homens devem estar enciumadíssimos, não é?



Presidenta: E olha que bonito! Olha! É igual a este, não é?



Hebe: É igualzinho. Nunca mais olho gordo vai pegar em você.



Presidenta: Esse, esse é o olho... ele é o olho grego ou o olho turco, ele é o olho da proteção.



Hebe: Conforme o lugar que você for, você pode pendurar aqui.



Presidenta: E você sabe...



Hebe: Pendura num cordãozinho.



Presidenta: E você sabe onde você tem de pendurar? É aqui, ó.



Hebe: Ah, jura?



Presidenta: É, nas...



Hebe: Ah, porque quando você vira...



Presidenta: É nas costas.



Hebe: Isso.



Presidenta: Mas este aqui a gente pendura também na porta do quarto.



Hebe: Isso, é verdade. E este aqui é... porque como você passou por um problema, como eu tive um problema, isso aí é um símbolo da nossa...



Presidenta: Da nossa sobrevivência...



Hebe: Isso.



Presidenta: ...e da sobrevivência... Ah, o [símbolo da] vida!



Hebe: O [símbolo da] vida!



Presidenta: Que lindo, Hebe! Muito obrigada.



Hebe: Esse é em prata.



Presidenta: Mas lindo mesmo!



Hebe: É bonitinho, não é? Todo mundo gosta. Eu falei: eu vou levar para ela.



Presidenta: Muito bonito! Porque é o símbolo da vida.



Hebe: Símbolo da vida, que é o que nós gostamos: a vida, a vida.



Presidenta: E eu acho sempre muito importante contar para as pessoas que é uma coisa que se supera...



Hebe: Isso.



Presidenta: ...se supera. Aqui está o símbolo da superação.



Hebe: Isso. Agora, me diga uma coisa: dizem que você é louca por música.



Presidenta: Sou.



Hebe: Eu sou tarada por música, eu não vivo sem música. E dizem que você sabe de cor músicas da jovem guarda.



Presidenta: Sabia bastante, Hebe.



Hebe: Não sabe mais?



Presidenta: Não, ainda sei algumas. Eu não sei... Eu começo e cantarolo depois?



Hebe: Você sabe alguma do Rei?



Presidenta: Do Roberto Carlos?



Hebe: Aham.



Presidenta: Sei.



Hebe: Qual?



Presidenta: Sei várias.



Hebe: Qual, qual?



Presidenta: “Detalhes tão pequenos de nós dois são coisas muito grandes para esquecer”, e tem uma que eu gosto muito: “Você, meu amigo de fé”...



Hebe: “Você, meu amigo de fé, meu irmão camarada...”



Presidenta: Agora, eu não tenho a sua voz, não é? Não posso cantar.



Hebe: Você nunca cantou?



Presidenta: Eu cantei, porque a gente perde o senso crítico em algumas horas na vida, mas eu não tenho voz para cantar.



Hebe: Não?



Presidenta: Não.



Hebe: Mas gosta?



Presidenta: “Você, meu amigo de fé...”, aí, ó, desafinei.



Hebe: Ah, que bonitinha!



Presidenta: Agora, ele é...



Hebe: Nunca, agora muito menos.



Presidenta: ...uma unanimidade no Brasil, não é?



Hebe: Ele é. Éverdade, é verdade.



Presidenta: Sem dúvida nenhuma. De todas as idades, de todas as categorias.



Hebe: É verdade, é verdade, ele merece. Você tem alguma mania?



Presidenta: Tenho, tenho. Olha, eu tenho uma grande mania: eu não durmo sem ler.



Hebe: Jura?



Presidenta: É.



Hebe: E ler não prejudica o sono?



Presidenta: Não.



Hebe: E você sonha com aquilo que você leu, ou não?



Presidenta: Também não.



Hebe: Você sonha muito?



Presidenta: Sonho.



Hebe: Eu sonho, também, uma barbaridade, nossa senhora!



Presidenta: Eu também sonho. Tem época em que eu não lembro o que eu sonhei, mas eu sonho.



Hebe: É uma pena quando a gente sonha um sonho gostoso e, quando acorda...



Presidenta: Percebe...



Hebe: ...esquece.



Presidenta: Esquece. Ou então, quando percebe que era só sonho.



Hebe: É só sonho. Isso também é. Eu sonho muito, e é só sonho. Você tem medo de escuro?



Presidenta: Não. Eu tive...



Hebe: De que você tem medo? Barata?



Presidenta: Ah, barata, barata... Não é medo, não é, é uma...



Hebe: Nojo, não é?



Presidenta: ... é uma relação complicada a que a gente tem com barata, não é?



Hebe: É horrível! Uma vez a Fernanda Montenegro, essa deusa da nossa televisão e do teatro e do cinema foi ao meu programa. Parecia que a gente não tinha assunto para falar, porque nós começamos a falar de barata. Aí, daí um pouco ela disse: “Hebe, olha o que nós estamos falando! De barata!” Porque eu falei que eu não tenho coragem de matar barata, assim, com o pé, por causa do barulho que faz “trrr”, não é? Faz “trrrr”! Então, eu não sou capaz. Aí, ela disse: “Ah, vamos mudar de assunto!” Porque barata é nojento mesmo, não é?



Presidenta: É. Barata, eu não acredito que alguém goste, não.



Hebe: Será que tem alguém...?



Presidenta: Acho que não!



Hebe: Mas eu estava falando do negócio de escuro, e tem gente que fala que aqui no Palácio tem fantasma. Você acredita nisso?



Presidenta: Não. Você sabe por que devem falar isso? Porque aqui, o sol de Brasília é muito forte, e o concreto aqui trabalha. Então, de noite todo mundo escuta ele trabalhando, trabalha, mexe a madeira também. Mas não tem não, viu? Pelo menos, assim...



Hebe: Não. E se tiver, deve ser o Juscelino.



Presidenta: Até onde eu vi, não... é seguro, porque eu não encontrei ninguém.



Hebe: Ai, meu Deus do céu! Bom, vamos ver o que eu queria mais saber. Eu queria saber tanta coisa, mas eu também não quero te prender, porque eu sei que você tem mil compromissos. Foi uma honra... Agora, aquela Dilma brava que a gente sabe que existe, como é que é a Dilma brava? Porque eu estou vendo aqui é uma doçura, uma doçura!



Presidenta: Posso te falar uma coisa, Hebe? Uma vez eu perguntei assim: você já ouviu falarem, você já ouviu falar que algum homem, algum político é bravo, homem? Eu nunca ouvi.



Hebe: É verdade.



Presidenta: Você vê que não tem... e aí eu cheguei à conclusão de que só existiam homens meigos, e que a única pessoa brava era eu! O que acho que acontece, Hebe, é que a mulher, ela não é vista como sendo capaz de dirigir, de liderar. Então, a liderança e a direção são vistas com uma certa...



Hebe: Dureza.



Presidenta: ...(incompreensível) e uma nota falsa na questão da mulher, que a mulher tem que ser só meiga, bem quietinha. Eu acho que a visão... Eu sou uma pessoa que exijo. Eu trabalho...



Hebe: Está certo, certíssimo.



Presidenta: Eu tenho de prestar contas para o povo brasileiro. Como eu tenho de prestar contas para o povo brasileiro, eu me cobro por isso. E eu cobro as pessoas da mesma forma como eu me cobro. Quando a gente está na vida pública, é minha obrigação, é minha obrigação trabalhar para que as coisas melhorem no meu país. Eu quero sair do governo com a honra de ter conseguido fazer o Brasil avançar mais um passo no caminho do desenvolvimento. Eu quero que melhore a vida de cada um dos brasileiros. E aí, tem de trabalhar, não tem outro jeito, só tem esse.



Hebe: É. Mas, olha... E tem que...



Presidenta: Porque eu não tenho varinha de condão.



Hebe: Porque é como você diz: você exige... Isso é importante...



Presidenta: Eu exijo.



Hebe: ...senão, você vem aqui para quê?



Presidenta: Podem ter certeza de que eu vou exigir.



Hebe: Com certeza.



Presidenta: Mas eu vou exigir, primeiro, de mim. Porque se a gente não exigir primeiro da gente...



Hebe: Isso!



Presidenta: ...você não dá o exemplo e nem dá o respeito.



Hebe: Olha, nós estamos falando tanto do Palácio, e agora que ele está aberto para visitação, seria muito eu pedir para a gente dar uma andadinha assim, ...



Presidenta: Não.



Hebe: ...só para mostrar para o público.



Presidenta: Podemos andar.



Hebe: Você já pensou quanta gente que está nos assistindo, que adoraria estar aqui, ver como é que é, e não tem possibilidade?



Presidenta: Se estiver em Brasília, ele terá possibilidade porque o Palácio está aberto.



Hebe: Quais são os dias?



Presidenta: Que eu saiba, é na terça e na quarta.



Hebe: Terça e quarta pode vir, não paga nada?



Presidenta: Não.



Hebe: E a gente vai poder dar uma andadinha?



Presidenta: Total.



Hebe: Vamos?



(A Presidenta Dilma acompanha Hebe Camargo na visita ao Palácio da Alvorada)



Presidenta: Aqui nós vamos ter, sempre, os quadros que o Banco Central...



Hebe: Ah, diz que tem um Portinari, não é?



Presidenta: Está lá, ele.



Hebe: É lá, está lá o Portinari.



Presidenta: Está lá. Não. Estão lá, os dois Portinari.



Hebe: Olha que coisa!



Presidenta: Eu estou falando... a tapeçaria do Di [Cavalcanti] está ali.



Hebe: Ah, do Di Cavalcanti?



Presidenta: Do Di Cavalcanti.



Hebe: Tapeçaria. Vamos até lá. Ah, que linda, adoro ver tapeçaria.



Presidenta: (incompreensível)



Hebe: Ai, que coisa linda!



Presidenta: Olha outro Di [Cavalcanti], olha outro Di [Cavalcanti].



Hebe: É do meu tempo! Olha o Di Cavalcanti, que lindo!



Presidenta: Bonito, não é? E é ali que está o JK, olha ali.



Hebe: Que gracinha! Magrinho!



Presidenta: E aqui tem uma outra sala que também é muito bonita.



Hebe: Aqui tem reuniões, não?



Presidenta: Tem. Às vezes a gente faz reuniões. Eu estou me mudando para cá, ainda. Eu gosto muito desta tapeçaria.



Hebe: Essa, de quem é?



Presidenta: É um...



Hebe: Kennedy.



Presidenta: ... tapeceiro muito bom, chamado Kennedy.



Hebe: Kennedy. É da Bahia.



Presidenta: É da Bahia. Eu acho belíssimas as cores.



Hebe: (incompreensível) um pássaro (incompreensível). E aquele ali, de quem será?



Presidenta: Aquele ali, eu não me lembro. Não é Djanira, não, porque os Djanira eu catei todos.



Hebe: Olha as imagens, que lindas!



Presidenta: É Lenira? Da Motta e Silva. Não! Djanira!



Hebe: Djanira!



Presidenta: Nós duas estamos ruins de olho, heim? Engraçado! Eu tenho de avisar que sobrou um Djanira aqui. Nós vamos fazer uma exposição só de pintoras mulheres: Djanira, Tarsila...



Hebe: Ah, você está prestigiando as mulheres, heim! Quantas ministras você tem?



Presidenta: Nove.



Hebe: Nove? E os homens não ficam meio indignados?



Presidenta: Não, não.



Hebe: Ficam...!



Presidenta: Não, mas você sabe que não? Acostumaram. Eu acho que, talvez, no início ficassem. Agora, eu vou trazer o Abaporu, da Tarsila, que está no Malba, lá em Buenos Aires.



Hebe: Ah, nossa!



Presidenta: Ele me...



Hebe: Tem que vir, tem que vir.



Presidenta: Essa é a igrejinha.



Hebe: Ai, que bonitinha!



Presidenta: Olha, vamos lá.



Hebe: Vamos lá.



Presidenta: Ela é a igrejinha do Niemeyer.



Hebe: É uma teteia, mesmo.



Presidenta: Você vê que ela é um caracol.



Hebe: E é simples, é simples, não é? “Esta capela foi benta e dedicada à Nossa Senhora da Alvorada. 1961.” Olha! Olha, que lindo! Ah, meu Deus!



Presidenta: Olha que simplicidade.



Hebe: Oh, meu Deus!



Presidenta: E lá no teto, para você ver, que lindo.



Hebe: Gente, que coisa mais linda!



Presidenta: Não é a coisa mais simples?



Hebe: E a simplicidade! Agora, saindo da igreja, deixa eu te falar uma coisa que eu ouvi hoje e me preocupei muito. Eu sei que é uma coisa que te preocupa demais. Inclusive, quando você estava em campanha, você ficou muito impressionada e preocupada. É que aqui, em Brasília, está um volume muito grande de crack.



Presidenta: De crack.



Hebe: Que os jovens estão se acabando por causa do crack. É uma coisa difícil de combater, não?



Presidenta: É, mas a gente tem de combater de todas as formas, viu, Hebe. Nós – na semana passada, se não me engano foi na quinta-feira ou quarta-feira... foi quinta? foi quinta-feira – nós lançamos um programa com as 46 universidades federais, estaduais e municipais – tem umas duas municipais – nós lançamos um programa de formação de todas as pessoas que trabalham com a prevenção e também a assistência e o atendimento no tratamento de drogados. Nós vamos ter de ter tratamento especializado para eles nas clínicas especializadas, nas enfermarias de hospitais. Tem de especializar médico, enfermeiro, agente de saúde e agente comunitário.



Hebe: Maravilha! (palmas)



Presidenta: Agora, isso é uma parte. A outra parte é - ela é o meu grande desafio – junto com o ministro da Justiça, nós fazermos uma política, não só uma política, mas uma ação de combate ao crack nas fronteiras brasileiras.



Hebe: Isso! Isso é fantástico!



Presidenta: Na fronteira.



Hebe: Isso, olha, deixa eu parar mais uma vez (palmas). Isso é sensacional! Porque é de lá que vem!



Presidenta: É de lá que vem.



Hebe: Ah, que maravilha! (palmas)



Presidenta: Nós vamos combinar todas as Forças: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Forças Armadas, para que a gente tenha um policiamento de fronteira...



Hebe: Eeeeh, que maravilha! Bárbaro, bárbaro, bárbaro!



Presidenta: ...mais efetivo. Agora eu quero te mostrar uma coisa, porque eu acho que é muito bonita, que é a fala, ali, escrita. Olha aqui, olha: “Deste planalto central,...”



Hebe: Ah, coisa linda essa (incompreensível).



Presidenta: “...desta solidão que em breve se transformará no cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino.”



Hebe: “Brasília, 2 de outubro de 1956.”



Presidenta: “Juscelino...”



Hebe: “Juscelino Kubitschek de Oliveira.”



Presidenta: Muito bonito!



Hebe: Lindo, lindo!



Presidenta: Essa parede... é muito estranho, não é?



Hebe: (incompreensível) mas é linda, é linda. Olha que coisa! Ah, meu Deus, o que eu faço, agora, Presidenta, para te agradecer, heim?



Presidenta: Oh, Hebe, você não faz nada!



Hebe: Não. O que eu faço? Quer que eu fique de joelhos?



Presidenta: Não, não quero!



Hebe: Olha que eu fico, heim! Olha, porque realmente não existem palavras para eu dizer obrigada, que é... é nada o obrigada. Porque você, agora, é um grande exemplo de mulher que nós temos, e que vai ser seguido por muita gente, vai ser seguido, mesmo.



Presidenta: Eu é que te agradeço, também, por você ter me visitado.



Hebe: Olha, eu adorei você, de verdade, e nunca mais eu vou esquecer este momento que eu vivenciei aqui com você.



Presidenta: E você pode ter certeza...



Hebe: Aaah!