sábado, 19 de fevereiro de 2011

Atenção, ajuste o seu relógio – termina neste sábado o horário de verão

Na virada deste sábado para domingo os relógios devem ser atrasados em uma hora. É o fim do horário de verão. Foto: Renato Araújo/ABr/Arquivo

O horário de verão termina na virada deste sábado para domingo, quando os relógios devem ser atrasados em uma hora. Com isso, os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste passam a ter a mesma hora dos nove estados do Nordeste, exceto Fernando de Noronha que permanece com uma hora a mais. Dados do governo dão conta de que durante os quatro meses de duração do horário especial permitiu-se uma economia de R$ 30 milhões apenas na geração de energia de usinas termelétricas. Na prática, além da redução da carga consumida, a ação também colabora para que a luz natural seja aproveitada de forma mais intensa. De acordo com especialistas, exatamente neste período do ano os dias são mais longos devido à posição da Terra em relação ao sol. Este fator faz com que a luminosidade se estenda por mais tempo.

Nos últimos anos a redução média da demanda tem se situado em torno de 5% nas regiões onde foi aplicada a medida. As análises também demonstram que essa redução da demanda de ponta tem evitado novos investimentos da ordem de R$ 2 bilhões a cada ano, na construção de usinas geradoras de energia. Neste ano, a economia da geração térmica ao longo do horário de verão trouxe como consequência a redução da tarifa de energia elétrica para o consumidor a ser aplicada no futuro. No total, a redução de energia nos subsistemas Sul/Sudeste/Centro-Oeste foi equivalente a cerca de 8% do consumo mensal da cidade do Rio de Janeiro e 10 % do consumo mensal de Curitiba.

A redução representa 4,4% da demanda máxima dos subsistemas. No caso do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, a redução equivale a aproximadamente 60% da carga no horário de ponta da cidade do Rio de Janeiro, ou a duas vezes a carga no horário de ponta de Brasília. Na região Sul, representa 60% da carga no horário de ponta de Curitiba.

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse que as principais consequências da redução de demanda no horário de ponta são o aumento da segurança e a diminuição dos custos de operação do Sistema Interligado Nacional.

“O aumento da segurança operacional decorre da diminuição dos carregamentos na rede de transmissão, da maior flexibilidade operativa para realização de manutenções e da redução de cortes de carga em situações de emergência neste horário”, afirmou Chipp.

O horário de verão tem sido um valioso instrumento de uso eficiente e racional da energia elétrica e tem ajudado o país a garantir a sua oferta de forma mais contínua e segura, com preços adequados à realidade nacional.

O período de quatro meses em que a medida é aplicada sustenta o objetivo de desacelerar o ritmo da demanda no chamado horário de ponta. Trata-se da faixa das 18h às 21h, momento em que o consumo de energia é mais intenso nas residências. O principal objetivo do horário de verão é o melhor aproveitamento da luz natural em relação à artificial, adiantando-se os relógios em uma hora, de forma a reduzir a concentração de consumo no horário entre 18 e 20 horas.

Esse fato leva a um menor carregamento de energia nas linhas de transmissão, nas subestações, e nos sistemas de distribuição, reduzindo o risco de não atendimento às cargas no horário de ponta, em uma época do ano em que o sistema é normalmente submetido às mais severas condições operacionais, uma vez que este é um período de maior consumo. A redução da demanda máxima impacta também na redução da necessidade de novos investimentos em geração e transmissão de energia elétrica.

Assim, a redução dos picos máximos nos horários de demanda por energia – proporcionando uma utilização mais uniforme durante o dia – é uma medida de eficiência energética. Quanto mais uniforme a utilização da energia no período diário, mensal e anual, melhor se aproveita o sistema elétrico disponível, os recursos energéticos e naturais.

Nos últimos dez anos, o horário de verão possibilitou a redução média de aproximadamente 5% na demanda por energia durante o horário de ponta. Isso significa que deixaram de ser consumidos, no horário de maior carga, aproximadamente 2 mil megawatts de energia a cada ano.

Consumo de energia

O Brasil tem 68,6 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica. A informação consta do Sistema de Apoio à Decisão (SAD) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com dados atualizados até outubro de 2010. O número é 39% maior que o de 2001, quando o país possuía 49,35 milhões de unidades consumidoras.

A classe residencial é a maior em número de unidades consumidoras, com 58,3 milhões, que representam 85,02% do total. Os consumidores industriais somam 572,3 mil ligações. Comércio, serviços e outras atividades totalizam 4,96 milhões de unidades consumidoras. Ligações rurais perfazem 3,91 milhões, sem contar as unidades consumidoras rurais destinadas à aquicultura, com 105 mil ligações; e rurais irrigantes, com outras 53 mil.

Também são tipos de consumidores o poder público, com 517,8 mil unidades; a iluminação pública, com 76,5 mil ligações; o serviço público, com 69,15 mil, e as unidades consideradas de consumo próprio, com 8,4 mil unidades.

O Brasil possui 99 distribuidoras, sendo 63 concessionárias e 26 cooperativas de eletrificação rural. As dez distribuidoras com maior número de unidades consumidoras concentram mais de 57% do total de ligações.

Está prevista para os próximos anos uma adição de 46.947.473 kW na capacidade de geração do país, proveniente dos 127 empreendimentos atualmente em construção e mais 480 outorgadas. Atualmente, o Brasil possui 2.359 empreendimentos em operação, gerando 113.662.190 kW de potência.

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